Em consulta ao (SNIS) Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, dados evidenciados a público demonstram que conforme a ultima atualização oficial, em 2019, pessoas que ganham até um salário minimo em valor de R$ 1.049,31 não tem acesso a saneamento básico em Bezerros.

 Dessa forma, em números comparativos em relação a renda, Bezerros tem média de pessoas com menos acesso ao serviço de esgotamento em relação a região nordeste que em média, pessoas que detêm renda de R$ 428,27 não tem disponibilidade do tratamento e coleta de esgoto. Ou seja, mesmo em condições melhores de renda mensal, os moradores de Bezerros que tem renda superior a este valor ainda não tem o retorno suficiente do serviço.

Os indicadores são ainda mais distantes quando comparado a população que detêm acesso a saneamento no município, estas, tem renda mensal em valor de R$ 3.160,85. Entende-se que em comparativo, que o acesso a saneamento em Bezerros está restrito a uma parcela da população que ganham aproximadamente 3 salários mínimos por mês, segundo dados oficiais do (SNIS).

A especialista em infraestrutura da CNI, Ilana Ferreira, afirma que a deficiência em saneamento básico é ocasionada no país pela falta de recursos direcionados ao setor.

“Na infraestrutura brasileira, o setor com maior déficit e maiores desafios de expansão é o do saneamento. E os impactos na saúde da população são inestimáveis. E apesar dos esforços dos últimos governos com os programas de investimento, os investimentos não trouxeram um impacto significativo na expansão da rede”.

A situação torna-se próxima e conhecida em localidades do município de Bezerros onde diversos bairros vivenciam realidade dificultosa sobre saneamento como Bairro são Rafael, gameleira, Santo Amaro I e II e outros bairros onde a população vivencia diariamente o convívio com esgotos a céu aberto a anos. Em Encruzilhada, além da falta de saneamento, a dificuldade de abastecimento também é um problema grave de décadas, assim como o tratamento de água que não é realizado.

Por isto, o risco de prejuízo a saúde de pessoas que sofrem sem saneamento é bem maior podendo acarretar em doenças em maior frequência devido a exposição de moradores a esses ambientes. Doenças como Leptospirose, Disenteria Bacteriana, Esquistossomose, Febre, Cólera, além do agravamento das epidemias tais como a Dengue e proliferação de Parasitóides.

Além das dificuldades enfrentadas pela ausência do tratamento, a situação agrava-se devido o descarte irregular do lixo provocando mais acumulo de desejos, entulhos e parasitas que prejudicam e agravam o dia a dia da população. Recentemente, por falta de limpeza do rio Ipojuca, vários relatos de proliferação de mosquitos foram evidenciados em redes sociais.

As intervenções por parte do poder público para sanar este problema precisam ser urgentes, da mesma maneira, investimentos eficientes precisam acontecer visando a solução do problema. A desburocratização do serviço de saneamento precisa acontecer para ampliação da rede onde atualmente, apenas 6% da rede de água e esgoto é gerida por empresas privadas, sobrecarregando o serviço prestado pelo Estado. O marco do saneamento básico aprimora as condições de saneamento básico no Brasil. Saneamento, para a lei brasileira, é um direito básico, assegurado na Constituição Federal de 1988 e tem a meta de 99% da população com água potável em casa até dezembro de 2033 e 90% com coleta e tratamento de esgoto até dezembro de 2033.

 

Redação PH Bezerros

Informações: Instituto Agua Sustentavel / Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento / Blog Total

Imagem: Bezerros Agora