Restrições no estado, até então, foram adotadas em ‘amplitude, intensidade e por tempo inferiores ao necessário para conter a doença’, segundo o Conselho Regional de Medicina, CREMEPE.
 O Conselho Regional de Medicina em Pernambuco (Cremepe) solicitou, neste domingo (30), ao governador Paulo Câmara (PSB) e aos prefeitos de todas as cidades do estado, medidas restritivas mais rigorosas para conter a pandemia do novo coronavírus. Em nota, a entidade afirmou que as restrições até então adotadas “não foram capazes de diminuir a taxa de transmissão da Covid-19”.
As medidas atuais de restrição adotadas para Pernambuco tem validade até o dia (6) de junho, e a expectativa é que sem a diminuição de casos e procura de leitos de UTI o Estado prorrogue a quarentena rígida observando o pedido do CREMEPE.
 A nota foi divulgada pelo Cremepe após ser verificado o “aumento exponencial de casos e mortes pela Covid-19 em nosso estado nas últimas semanas”, especialmente no Agreste.

No sábado (29), Pernambuco bateu o recorde de confirmações da doença em 24 horas desde o início da pandemia, ao registrar 5.576 casos. Na região do Agreste, há cidades com risco de falta de oxigênio e a suspeita de circulação de uma nova variante do novo coronavírus.

Ao todo, 65 cidades do interior passam por uma quarentena até 6 de junho.

Na solicitação feita às autoridades, o Cremepe disse que reconhece esforço por parte do estado para abrir novos leitos para tratar os pacientes. No entanto, o estado, há três meses, tem mais de 90% de ocupação de leitos de UTI e, atualmente, mais de 300 pessoas aguardam um leito de terapia intensiva.

“As medidas sanitárias que foram tomadas em Pernambuco, de restrição à circulação das pessoas, não foram capazes de diminuir a taxa de transmissão da Covid-19 em nosso estado. Nos parecem terem sido tomadas em amplitude, intensidade e por tempo inferiores ao necessário para conter a doença”, declarou o Cremepe, na nota.

Ainda de acordo com a entidade, a capacidade de se ter escalas de plantão completas é cada vez menor para assistir adequadamente aos doentes e que medicamentos vitais para sedação e ventilação mecânica estão escassos.

“Alertamos as autoridades para que cumpram seu dever constitucional de defesa da população […] solicitamos que medidas restritivas mais rigorosas sejam tomadas em defesa da população. Que todo o esforço para a proteção social, econômica e alimentar seja feito de forma a proteger a população mais carente e vulnerável de nosso estado. Que cada gestor tenha o compromisso de manter equipes completas de profissionais de saúde nas unidades sob sua responsabilidade”, disse.

O Cremepe também afirmou que os médicos e demais profissionais de saúde estão atuando no limite de sua capacidade física e mental há 14 meses, em “dedicação integral para salvar vidas. Há exaustão, cansaço e desesperança, refletidos no rosto de cada profissional”.

Informações: G1 Pernambuco