Entre janeiro e agosto de 2021, incêndios já queimaram mais de 700 mil hectares do bioma. Marca é equivalente a todo 2013 e 2015 e maior do que 2014 e 2018, segundo laboratório da UFRJ – Universidade Federal do Rio de janeiro.

Cenas de grande devastação voltam a se repetir em 2021 na Transpantaneira, no Pantanal, em Mato Grosso. Depois do incêndio em 2020 onde estudo aponta que 17 milhões de espécies de vertebrados morreram e que deixou a maior área queimada da história, a região volta a ser atingida por incêndios descontrolados que obrigam fazendeiros, moradores, brigadistas e bombeiros a somarem esforços para tentar evitar o pior.

As consequências da devastação são diversas: além da perda de vegetação nativa, muitos animais morreram ou entraram em disputa por outros territórios, o que provocou um desequilíbrio na biodiversidade da região.

Quem está à frente do combate, entre árvores em cinzas e animais devorados pelo rápido avanço dos focos, acredita que este será um novo marco da destruição do território pantaneiro, mesmo que o fogo seja de menor es proporções.

Em números acumulados, os incêndio de janeiro a agosto de 2021 já garantiram o segundo lugar no ranking de áreas queimadas da década.

A média histórica entre janeiro e agosto é de 292 mil hectares queimados. Já ultrapassamos muito desse patamar. Ou seja, esse é de novo um ano atípico no volume de incêndios — avisa a climatologista Renata Libonati, que coordena o laboratório.

Em 2020, foram queimados entre janeiro e agosto 1,6 milhão de hectares. O ano terminou com quatro milhões de hectares incendiados, o que corresponde a 28% do Pantanal, algo nunca registrado até então. Um estudo da UFMS, UFRJ, Embrapa/Pantanal, PrevFogo/Ibama, UFMT e UFBA mostrou que 43% da área queimada no ano passado não havia sofrido incêndios nos últimos 20 anos.

— Isso significa que uma geração toda de espécies mais sensíveis ao fogo podem ter sido prejudicadas com as queimadas de 2020 — afirma Letícia Garcia.

Caso as perdas não sejam revertidas e os incêndios não diminuam, o Pantanal corre sério risco de virar um deserto, segundo o biólogo Gustavo Figueroa da organização SOS Pantanal.

“O Pantanal está sofrendo e temos muito medo do que pode acontecer nas próximas décadas. Pode ser que o Pantanal comece esse processo de desertificação e mude completamente do bioma que a gente conhece hoje”, afirma.

 

✓ Informações: Sites Exame / Brasil de Fato

✓ Imagem Reprodução/Divulgação